A condição humana de ignorar o perigo
Quem já sofreu algum acidente ou teve um familiar acidentado sabe o quanto é dolorosa esta situação. Dependendo da gravidade da ocorrência, o sofrimento pode ser irreparável. No entanto, muito pela tendência humana de duvidar e discordar, mesmo com intensas campanhas educativas, tendemos a não acreditar ou simplesmente ignorar a possibilidade de que um acidente possa ocorrer conosco. Não fosse assim, como explicar que o ser humano, diferenciado dos demais animais pela sua capacidade única de raciocínio, torna-se um ser irracional quando se trata de zelar pela sua segurança.
Vejamos, por exemplo, as condutas de risco empregadas por alguns “motociclistas”: dirigir em alta velocidade, sem cinto de segurança, sem capacete, no meio das faixas de circulação, ultrapassando pela direita. Quase que diariamente, a imprensa noticia a ocorrência de acidentes fatais, diversas autoridades e profissionais alertam sobre os riscos. Infelizmente, tudo isso não nos sensibiliza e pior, não altera as condutas.
O exemplo acima é apenas um, mas ficando ainda no tema trânsito, poderíamos discorrer o mesmo sobre motoristas de automóveis, caminhões, ônibus, etc., ou então de pedestres arriscando-se diariamente em locais inseguros. Quantos acidentes de trajeto para ou do trabalho ocorrem diariamente? Com certeza mais do que gostaríamos.
A prevenção de acidentes obrigatoriamente passa por uma conscientização dos riscos. No entanto, ela só será alcançada plenamente por uma mudança cultural e educacional que combata a tendência humana de ignorar os riscos ou acreditar que o acidente só acontece com os outros.